Boa tarde meus amigos que me acompanham já há algum tempo nesse nosso espaço de conversa, publicações, leituras, críticas e comentários.
Hoje, em minha vida pessoal é um dia muito importante. Nos idos de quinze (15) de Dezembro de mil novecentos e noventa e cinco (1.995), por volta de vinte e duas (22:00) horas e vinte (20) minutos, eu acabava de estacionar o meu fusca 1974, na antiga Rua Nazário, 513, aqui no Jardim Santana, em Porto Velho/Rondônia, hoje Avenida Alexandre Guimarães, onde moro.
A caminhada de São Paulo até aqui não foi fácil, viajávamos em três (03) no velho e bom "fusquinha", que eu houvera mandado dar uma "geral" para enfrentar essa maratona, uma verdadeira aventura. Nele estavam eu, minha esposa à época, a Nélia (mulher maravilhosa) e minha filha adotiva Stanyslene, que hoje, já moça, vive em Campo Grande.
A nossa chegada aqui não foi tarefa fácil, viajávamos somente durante o dia, pois à época, as estradas não eram como hoje, tão pouco, a segurança era garantida, dessa maneira, ao cair da noite, dependendo onde nos encontrássemos, pararíamos e no dia seguinte, seguíamos viagem rumo ao para mim desconhecido horizonte. Aqui chegando, no outro dia, ao me acordar e me saciar do cansaço, se eu pudesse, teria voltado no mesmo caminho que vim, em razão do tamanho da "feiura" e do abandono do local onde eu houvera escolhido para morar, porém, não tinha mais jeito, havia renunciado ao meu cargo de chefe de gabinete em uma prefeitura de cidade do interior e, por outro lado, minha esposa à época não mais queria morar na grande metrópole, nesse quesito, o "amor" por ela falou mais alto, resolvi enfrentar tudo e a todas às adversidades da localidade, gangues e tudo o mais que não conhecia, até um tal de "carapanã", que para mim, não passava de um inofensivo "pernilongo", pois é dessa forma que ele é conhecido naquelas plagas.
Pois bem, em terra de "cego", quem tem um "olho" é Rei. Com meus conhecimentos sobre política, trazidos na minha "bagagem", logo me afundei até o pescoço na política, já vim "recomendado" pelo Partido do Movimento Brasileiro (PMDB 15), sigla essa que fui afiliado por mais de trinta e oito (38) anos, hoje, não mais pertenço à ela, aqui fui bem recebido e, de imediato comecei a traçar os meus planos para a próxima eleição, Raupp era o governador da época, com o saudoso Chiquilito, já em final de "carreira" administrando a prefeitura dessa cidade maravilhosa.
A próxima eleição era as gerais, presidente, senador, governador, federal e estadual, moleza, cai em campo e, por infelicidade ou felicidade, o pretendente ao senado, era o Amir Francisco Lando (Amir Lando), só que o Raupp, governador não o queria, pois o seu padrinho lá no senado e que certamente segurava os seus "pepinos", era o senador Odacir Soares, aí começou o "inferno" para fazer com que Amir fosse o candidato do partido ao senado, seu número, me lembro, foi o 15.
Ninguém tinha condição financeira de nada e, além de tudo, o "diabo" do governador ainda era contra nós. Como fazer? "Malandro é malandro", "Mané é Mané", formamos um grupo que defendia a candidatura de Amir e fomos falar com Raupp, ele não aceitou, ficou vermelho, bateu na mesa e nós o encaramos e fomos para às ruas, até com uma certa desconfiança de Amir, pois Raupp, no máximo o deixava ser candidato à deputado federal, Amir sempre foi um "cara fraco", tipo Maria vai com às outras, porém, o nosso grupo não afrouxou, vou citar alguns nomes e se eu esquecer de alguém, por favor, me desculpem. Éramos os onze (11) rebeldes do PMDB, Eu, Maria Rita, Glaber Camaz de Magalhães (falecido), Cloter Mota (falecido), Lourdesmar Pereira, Zacarias (Pena Verde), Léia Leandro, Abidão Ferreira, João Jorge, Jorge Hilton (Salgadinho) e uma secretária do Amir, os demais, não me recordo, por sermos contra a vontade de Raupp, assim fomos taxados de "Os rebeldes do PMDB" pelos "puxa-saco" do governador.
Fomos à luta e no final, depois de "brigas" homéricas entre o grupo e o governador que não queria o Amir em seu palanque, travamos outra briga com a Justiça Eleitoral para que tivéssemos "palanque próprio", o que depois de muitas investidas, consultas e mais consultas, obtivemos êxito e mandamos o Raup e seus "puxa saco" às favas e vencemos a eleição, na ocasião, Amir sufragou cento e oitenta e oito mil e cinquenta e um votos (188.051), claro que o um (01) foi o meu (Ah!, se arrependimento matasse). Minha decepção! Amir meteu o pé na "bunda" de todos que o ajudaram a chegar ao topo, dizendo que não nomearia ninguém de Rondônia, pois iriam "roubar" e depois denegrir sua imagem (como se todos fossem iguais à ele), más, como Deus é sempre Maior, até hoje ele carrega o gosto amargo da "DERROTA", por ser infiel aos seus, aos que o tiraram do ostracismo e o colocaram no mais alto topo de mando da nação. Não ganha para mais nada. Nas últimas eleições, bancou a campanha de muitos, para tentar se eleger e ganhou somente o caminho da "roça". Zequinha Araújo, foi um dos "beneficiados" nestas eleições onde ele e Amir se "lascaram" hoje, o Zequinha conseguiu se redimir e é vereador.
De lá para cá, às mudanças em nossa cidade foram muitas, passaram muitos prefeitos, vereadores e pessoas que se diziam amigas de nossa cidade, ledo engano de quem acreditou nestas "balelas" de políticos ruins, a cidade mudou muito pouco, continua com sua característica de cidade do interior, embora seja a capital de um Estado que tende a ser um dos melhores do Brasil. A população na última eleição, colocou todas às suas esperanças nas mão de um ex representante da Justiça, o Dr. Hildon Chaves (PSDB 45), para promover a transformação e a metamorfose de que precisamos para dizermos que moramos em uma capital de Estado. Agora, já velho, alquebrado pelos tempos vividos, só me resta a lembrança e à esperança de ter uma cidade melhor, não somente para mim, para toda a nossa população, muito me preocupa o futuro das crianças, dos jovens e dos idosos, que assim como eu, almeja uma vida melhor, com mais qualidade para se viver e fazer com que às coisas aconteçam. Capacidade Hildon tem, vontade e equipe abnegada também, talvez, não dependa somente dele, acima de tudo, depende de nós e dos vereadores que foram eleitos recentemente. Más, já corre rumores, que Hildon terá de "ler" na cartilha de alguns "vagabundos" e ex presidiários que a população "equivocadamente" teve a coragem de os reeleger. Vamos aguardar.
E, assim foi a minha chegada à cidade que mais amo.
Hoje completo a maior
idade aqui em Porto Velho/Rondônia.Pedro Francisco
Jornalista
1.297-RO/BR