Boa tarde.
Ontem, eu estive no Cai N'água e fiquei espantado com o que eu vi. A força da natureza é imensa e, ainda existem pessoas que não levam a sério as transformações que provocam sobre ela, causando o desmatamento desenfreado e as alterações sem qualquer constrangimento e, que com certeza trará danos senão para si, mas para o seu semelhante isto é certeza.
Evidentemente que a culpa, muito embora estejam jogando exclusivamente sobre as obras das usinas, eu particularmente não atribuo a elas este advento catastrófico, os cidadãos de nossa Porto Velho e Rondônia, a meu ver, também precisam serem cônscios de suas responsabilidades, nós não possuímos educação social coletiva suficiente para vivermos em sociedade. O desmatamento é incansável, o homem não se cansa de desmatar para plantar capim, criar seu gado, enfim, de uma forma ou de outra, a ganância pelo vil metal e pelo "bom" comodismo está remetendo os homens ao "arrombamento" da natureza. Ela, por sua vez não perdoa. Cobra com seus tributos o que lhe é devido.
Fico triste, embora não sendo filho da "terra", mas mesmo assim foi o lugar que escolhi e, ele me abraçou com força, aqui deixando que eu vivesse os restantes dias de minha vida, aqui é o melhor lugar do Brasil para se viver, pena que os moradores desta cidade maravilhosa, a nossa capital, talvez, muitos, por não conhecerem outros lugares, não tenham o dimensionamento desta grandeza e maravilha que é nossa cidade. Ontem, enquanto eu fazia estas fotos, conversava com um bombeiro civil, funcionário da Usina de anto Antonio, que havia sido encarregado de fazer uma "avaliação" de como estava a situação naquele local. conversamos um bom tempo, obtive informações que não me atrevo a publicá-la, e de minha responsabilidade e das causas que poderiam advir de uma colocação "mal compreendida" por algum leitor. A água ela é viva. Sua força é incontrolável para que o homem possa domá-la, ela faz seu caminho sem informar ninguém por onde vai passar, ela simplesmente segue seu curso, que para ela é natural, afinal, antes de nós, a terra era dela, os seus espaços foram ocupados pelo homem cheio de ganância, hipocrisia e empáfia. É fato que com o desvio do curso natural do rio Madeira, as suas margens e leito sofram e vão sofrer mais alterações significativas, mas também é cristalino que, ontem, meus olhos perceberam a quantidade de lixos e entulhos "atulhados" na via pública, evidentemente que udo isto contribui para os danos à natureza.
De forma alguma eu quero defender as ações causadas pelas usinas, mas o certo é que aquelas pessoas e comerciantes que alí se instalaram há muitos anos, ali, hoje, já não deveriam mais estar. O poder público, os políticos, desde o ano dois mil (2.000) já sabiam da construção destes empreendimentos que realmente são necessários para o nosso pais, de lá para cá veio muito dinheiro para se planejar, e, o que foi feito?Rondônia e a Amazônia como um todo tem os olhares do mundo voltados sobre eles devido a sua bacia aquífera, somos um pais privilegiado pela natureza, aqui tudo é em abundância, até a malandragem dos ladrões do erário público. De lá para cá (2000) nada se fez de planejamento para tirar as pessoas daquele local, hoje, evidentemente fica tudo mais complicado, a ação da prefeitura, governo estadual e federal é omissa, nós somos sabedores disto, eles não fazem nada com previsão, não possuem a vidência de se fazer algo com vistas ao futuro, são imediatistas ao extremo, somente o "agora" os interessa. Todo ano chove, todo ano temos inundações, alagamentos nos rios, igarapés e nas vias públicas, bairros inteiros ficam embaixo d'água e não se toma uma providência definitiva. A defesa civil é "fraca", não passa de um cabide de empregos, pessoal mal treinado, mal remunerado e sem equipamentos para trabalhar, coletes, ora coletes, colete qualquer pé rapado compra um. Precisam eles é de equipamentos adequados, salários dignos e condições de trabalho que possa trazer resultado prático e efetivo.
Os distritos à beira rio estão em pandemônio, a maioria está debaixo d'água. São Carlos, ontem, representantes estiveram na câmara municipal e sensibilizaram o presidente da casa, que colocou à disposição toda a estrutura da instituição em benefício dos atingidos pelo inverno, que aliás ainda não chegou ao seu pico total, as águas de Março ainda estão por vir.
É inaceitável que ainda a sociedade porto-velhense aceite um acinte destes das pessoas que foram eleitas para representá-las. Precisamos agora, independente de quem é a culpa, encontrar uma maneira de aplacar a angústia, a desesperança e a tristeza daquelas pessoas que naquela localidade se encontram. isto, sem esquecermos dos demais irmãos que se encontram há mais de cem (100), duzentos (200) ou mais quilômetros de distância do centro urbano, aqueles que fazem chegar os alimentos às nossas mesas.
E então, o que vamos fazer?
Com a palavra o senhor Prefeito da capital, os senhores vereadores, o senhor governador, os senhores deputados e a população em geral, como ficamos?
Pedro Francisco
Jornalista
1.297-DRT/RO
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